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Expansão das hidrovias e uso de toda a capacidade do porto de Rio Grande são potenciais do RS

Terminal do sul do Estado tem capacidade para movimentar 58 milhões de toneladas e, neste ano, vai bater em 44 milhões

O porto do Rio Grande é um dos exemplos de avanço recente e está longe de ser entrave para a economia gaúcha. Pelo contrário. Por lá, em 2020, foram movimentadas 38 milhões de toneladas. Em 2021, o giro deve bater em 44 milhões de toneladas, mas a capacidade contempla 58 milhões de toneladas e, das 20 milhões de toneladas de soja, estimadas para a safra atual, cerca de 19 milhões deixarão o Estado pelo terminal portuário do Sul.

— Não há necessidade de novos terminais. Existe, sim, capacidade de carregar mais nos existentes — comenta o diretor superintendente do porto do Rio Grande, Fernando Estima.

Nesse contexto, a troca da figura jurídica, de autarquia para empresa pública — a Portos RS —, permitirá que a gestão de receitas operacionais (R$ 21 milhões em 2020) seja reutilizada em investimentos e manutenção. A mudança também antevê mais atenção para as hidrovias.


A EPL (empresa pública federal) analisa estudo elaborado para a concessão do percurso que, hoje, conta com 17 terminais privados em 776 quilômetros entre a Lagoa dos Patos, o Guaíba e os rios Jacuí, Taquari, Gravataí, Caí e Sinos. A ideia é concluir o parecer ainda este ano e lançar o edital em 2021.

Mesmo que subutilizada, a hidrovia existente foi fator determinante para que a Yara investisse R$ 2 bilhões no novo Distrito Industrial de Rio Grande. Com área de 2,5 mil hectares e apenas 500 ocupados, há muita margem para expansão. Com a fabricante de fertilizantes, outros 16 projetos em andamento somam R$ 9,4 bilhões em e 11,4 mil empregos no local.


O diretor de Operações da Yara, Lucas Elizalde, explica que o corredor aquaviário é um diferencial competitivo. Nele, insumos e fertilizantes que entram pelo porto são enviados para a unidade de Porto Alegre e, de lá, para os demais mercados. A movimentação chega a meio milhão de toneladas por ano.

— Investimos pela característica logística da região. Apesar de rodar até 2 mil quilômetros da planta para alguns locais, a hidrovia dá vantagem logística e nos permite ser competitivos — comenta.


Segundo Elizalde, o único problema da hidrovia é, justamente, "terminar em Porto Alegre". O gargalo, diz, está em não avançar na ligação entre a Lagoa dos Patos e Rio Uruguai, o que garantiria melhores condições de concorrência com fertilizantes do Paraguai, transportados pelo Rio da Prata, enquanto daqui é preciso levá-los aos parceiros comerciais do Mercosul por rodovias.

— Assim poderíamos seguir até lá. Grãos do Mato Grosso do Sul, que vem de caminhão ao porto seriam favorecidos. Portanto, a falta de continuidade ainda faz o RS perder oportunidades — destaca.


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