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Perícia marca reconstituição do caso do menino Miguel para 8 de novembro em Imbé

Reprodução simulada dos fatos acontece às 18h. Bruna Nathiele Porto da Rosa, companheira da mãe do menino, confirmou participação, segundo o IGP. Já Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues não deve comparecer. Elas são acusadas de homicídio, tortura e ocultação de cadáver.

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) e a Polícia Civil marcaram para a próxima segunda-feira (8), às 18h, a reconstituição do crime contra o menino Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos, em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. A ação, denominada oficialmente como reprodução simulada dos fatos, busca reconstituir os eventos conforme os depoimentos colhidos no inquérito, a fim de avaliar se os fatos possam ter acontecido da forma como foram narrados pelos participantes ou não.

A mãe do menino, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, e a companheira dela, Bruna Nathiele Porto da Rosa, são acusadas de homicídio, tortura e ocultação de cadáver. Segundo o IGP, a realização desta perícia é condicionada à participação de ao menos uma das investigadas. O advogado de Yasmin, Jean Severo, diz que sua cliente não deve participar da reconstituição. Já conforme a advogada Helena Von Wurmb, Bruna não participaria da ação, pois, segundo ela, foi transferida de presídio após nova tentativa de suicídio, assim como aconteceu anteriormente em agosto. "Por ora não participará da reprodução simulada dos fatos, preservando assim, sua integridade física, moral e principalmente sua vida", disse. Porém, de acordo com o IGP, ela confirmou a participação posteriormente. O g1 entrou em contato com a defesa, mas, até a publicação desta reportagem, não havia obtido retorno. Além da reprodução simulada dos fatos, as audiências de instrução devem ocorrer em 18 e 19 de novembro, na 1ª Vara Criminal de Tramandaí, no Litoral Norte.

O interrogatório das rés deve acontecer no dia 19. Além delas, serão ouvidas em turnos diferentes 23 testemunhas: 20 convocadas pelo Ministério Público, sendo uma delas em comum com Yasmin, e três pela defesa de Bruna.

Para esta etapa, Yasmin deve estar presente, conforme seu advogado informou à reportagem.

Bruna recorre da decisão do magistrado que, conforme laudo pericial, concluiu que ela é plenamente capaz de entender o caráter ilícito de seus atos. A ré passou por avaliação psicológica em razão da instauração de incidente de insanidade mental.



Reconstituição: como funciona?

A reprodução simulada dos fatos é dividida em três partes, segundo o IGP: a preparação, quando a equipe estuda o inquérito e as demais perícias realizadas; a oitiva dos envolvidos, realizada na repartição policial; e o trabalho no local dos fatos, quando os participantes narram o que viram para os peritos envolvidos.

Por isso, as atividades podem ocorrer em um ou mais lugares, conforme a descrição dos envolvidos. Neste caso, o trânsito será bloqueado e haverá segurança no entorno da casa onde as rés e o menino moravam, assim como das vias que acessaram naquela madrugada e o local onde o corpo foi supostamente jogado.


O resultado dessas três etapas é descrito e analisado em um laudo pericial, com o objetivo de comprovar ou descartar a viabilidade das versões.

Além disso, desde os primeiros dias após o desaparecimento de Miguel, equipes do Departamento de Criminalística estiveram nas duas moradias frequentadas pela criança em busca de vestígios, como as marcas de sangue que foram identificadas na parede de um dos cômodos.

Também foram recolhidos objetos, analisados pelo Departamento de Perícias Laboratoriais (DPL), como uma camiseta infantil de cor vermelha, que tinha sangue da vítima na roupa.

Já a perícia feita na mala, que teria sido usada pelas duas acusadas para transportar o menino até o rio, comprovou que o material biológico pertencia ao menino. (Veja o vídeo abaixo)

Relembre o caso

Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos, foi dado como desaparecido no dia 29, data em que o Corpo de Bombeiros Militar iniciou as buscas. Porém, segundo a Polícia Civil, a mãe admitiu que a criança foi morta e atirada no Rio Tramandaí dois dias antes.

De acordo com o Ministério Público, o menino vivia sob agressões e violência, e foi assassinado porque as mulheres o consideravam um "empecilho" para a vida do casal.


A procura foi suspensa pelos bombeiros depois de 48 dias. O delegado responsável pelo caso, Antonio Carlos Ractz, comentou que não existiam mais razões técnicas para manter as buscas pelo corpo de Miguel.

A investigação revelou que a mãe e madrasta de Miguel andaram cerca de 2 km com uma mala em que estaria o corpo do menino. Imagens de câmeras de segurança flagraram as duas carregando o objeto com a criança dentro.

A perícia confirmou que o DNA encontrado dentro da mala é o do menino, bem como o sangue identificado em uma camiseta e em uma corrente.

Em uma das etapas da investigação, a Polícia Civil revelou pesquisas que teriam sido feitas por Yasmin no celular. Nas consultas, a mãe do menino buscava informações se "digitais humanas saem na água salgada do mar".




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