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Rede hoteleira já tem 80% dos 22 mil leitos reservados para a virada do ano

Rede hoteleira já tem 80% dos 22 mil leitos reservados para a virada do ano. Em Capão da Canoa, corretores falam em 95% de casas e apartamentos alugados

A expectativa para o próximo verão não poderia ser melhor para quem vive dele na praia. Hoteleiros, comerciantes, corretores e proprietários de imóveis estimam que o veraneio 2021-2022 colaborará para recuperar as perdas relacionadas aos quase dois anos de pandemia. Para o final deste ano, 80% dos 22 mil leitos do Litoral Norte já estão reservados de acordo com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da região.

As diárias, em média, custam cerca de R$ 500 para o Réveillon, diminuindo para um tíquete médio de R$ 300 a R$ 400 para duas pessoas nos demais dias do verão. Como a maior parte das opções já está reservada, os preços podem variar para cima quanto mais próximo do mar e melhor for a estrutura da acomodação. Nesta semana, já é difícil encontrar quartos disponíveis para um casal e dois filhos.

— Esse resultado é bem expressivo para a época, pois em outros períodos demorava mais semanas para atingirmos tal percentual de ocupação dos leitos para o final do ano. E segue muito grande a procura e os pedidos de cotação por acomodação — ressalta a presidente do sindicato, Ivone Ferraz.

Em Capão da Canoa, um levantamento da prefeitura mostra que cerca de 95% de hotéis e pousadas já estão com acomodações reservadas para a virada do ano.

— Nem para os verões de 2018 e 2019 havia uma expectativa tão positiva assim. Os hoteleiros contam que a procura para o período pós-Ano Novo já é muito grande. A gente vê o sorriso dos comerciantes e hoteleiros em torno de um verão que promete. A cidade também está organizada para receber os turistas e as pessoas virão para cá — afirma o prefeito Amauri Magnus Germano.

Além da hotelaria, os aluguéis de casas e apartamentos para as festas de fim de ano também estão de vento em popa: alguns corretores falam em 95% dos imóveis alugados ou até 100% da carteira, como é o caso da imobiliária Nazer Central de Negócios, localizada em Capão da Canoa.

O corretor Charles Rosa disse que está buscando convencer clientes e conhecidos a disponibilizar suas propriedades para aluguel de verão. Ele destaca a conveniência aos donos dos imóveis em não precisar lidar diretamente com a locação. Assim como no caso de pousadas e hotéis, os valores variam muito, dependendo da localização e da estrutura disponível. Conforme o corretor Felipe Gatelli, o perfil de quem busca o aluguel modificou por conta da pandemia.

— As pessoas estão buscando apartamentos maiores, com três a quatro quartos, para reunir toda a família. Observamos esta mudança do verão passado para cá. Além disso, quem vem para o Litoral quer conforto e não abre mão de ar-condicionado, internet, TV a cabo e cozinha completa, pois passam mais dias na praia.

O educador financeiro Adriano Severo avalia que a população não deixará de viajar neste verão apesar da inflação acumulada nos últimos 12 meses estar na casa dos dois dígitos. Porém, alguns fatores explicam a procura antecipada pelas praias do Rio Grande do Sul. Ele destaca que os trabalhadores que não tiveram aumento salarial neste ano estão recebendo menos, o que incide sobre o orçamento familiar. Outro ponto é a alta do dólar ao longo de 2021, resultando diretamente nos reajustes dos preços de combustíveis e passagens aéreas. Além disso, com a vacinação contra a covid-19 em estágio acelerado, as pessoas estão mais dispostas a viajar.

— Os aluguéis de temporada e diárias de verão também ficam mais altos porque há demanda. Ainda que não seja uma regra, os locadores precisam repor seus custos como a energia elétrica, que está muito alta e é utilizada por quem aluga. Mesmo assim, ao viajar de carro e alugar uma acomodação para um grupo maior, o custo individual fica muito menor.

O jornalista e bancário aposentado Élcio Souto tem dois apartamentos em Capão da Canoa e aproveita a praia com a esposa durante os finais de semana do ano. Nas sextas à tarde, eles pegam a freeway e aproveitam as manhãs de sábado e domingo para ver o nascer do sol bem cedinho na sacada do apartamento à beira-mar. Durante os feriados de final de ano e Carnaval ou demais finais de semana em que haja interessados, eles alugam o imóvel por meio de uma imobiliária.

— Não nos interessa lucrar com o aluguel porque vamos o ano inteiro à praia, tendo quase 11 meses para usufruir bem. Quando alugamos os imóveis, oferecemos a mesma estrutura aos locatários. Alugar nos ajuda a pagar as despesas com condomínio, IPTU e internet.


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