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Conheça a vizinha da Lagoa do Bacupari, em Mostardas: a Terceira Lagoa

Trator que puxa trenzinho ou carreta leva até a área de águas límpidas, mas profundas, que tem como atração as dunas e o visual "instagramável"

ALINE CUSTÓDIO - GZH



Lauro Alves / Agencia RBS

Uma área de águas límpidas, mas profundas, rodeada de florestas e dunas, tem atraído cada vez mais visitantes dispostos a conhecer outras belezas no entorno da já famosa Lagoa do Bacupari, em Mostardas. Para além das águas calmas de Bacupari, a Terceira Lagoa, a cerca de 1,5 quilômetro do trecho mais conhecido, oferece tranquilidade e visual "instagramável" a quem se atreve a passar pela trilha de pinus, pelo caminho de lama e areia, feito por veículos off-road, e até a enfrentar tempestades de areia, quando o vento Nordeste sopra sem dó sobre as dunas.

É neste local que uma família decidiu investir no sonho de apresentar as belezas naturais da região. E mesmo com a morte do patriarca, Volmar Brisotto, aos 67 anos, em 2020, pioneiro nos passeios ao mar e até à Terceira Lagoa na região, a mulher dele, Ana Maria Arrojo, 58 anos, e a filha, Letícia Brisotto, 37 anos, seguiram com a missão. Hoje, é Letícia quem comanda o volante do trator MF 275.

— Quando o pai se foi, vimos que não podíamos parar com a ideia dele. Eu não tinha experiência com tratores, mas sempre acompanhei meu pai. Então, abracei o passeio — conta Letícia, que de segunda a quinta-feira mora em Porto Alegre com os filhos e volta para Bacupari de quinta a domingo para trabalhar no trator.

A reportagem de GZH embarcou com a família Brisotto numa volta até a Terceira Lagoa. O espelho d'água, que tem placas da prefeitura indicando perigo de banho, é só uma das atrações naturais para ser vista a distância. O ponto alto é o entardecer com pôr do sol, de deixar os olhos brilhando.

O passeio inicia ainda na comunidade de Bacupari. O trator de Letícia puxa duas opções de transporte: o trenzinho para nove passageiros ou a carreta com 25 lugares, construídos por Volmar – que iniciou os passeios pela região em 2010. Depois da arrancada, a motorista sai a 40km/h por uma das ruas do vilarejo até ingressar no primeiro trecho de areia, que alaga quando chove. A partir dele, a aventura começa.

Mais estreita, a trilha de areia fica, por vezes, íngreme, se o trator precisa subir para o lado da estradinha, dando passagem a outros veículos que fazem o mesmo trajeto turístico (há outros serviços disponíveis de passeio em Bacupari). Por vezes, os passageiros de ambos os veículos se cumprimentam. O passeio recomeça e o que se vê pelo caminho são árvores, em sua maioria, pinus. De um lado, floresta. Do outro, dunas. Tanto o trenzinho quanto a carreta são abertos, facilitando a visualização do ambiente natural.

Em alguns trechos, a estradinha ganha buracos mais profundos, geralmente, feitos por trilheiros que passam pela região. Letícia, aliás, costuma ser contratada nos finais de semana para rebocar os veículos que acabam atolando em pontos mais encharcados.

Na chegada à lagoa, o visual muda mais uma vez. A distância, um paredão de areia, as chamadas "dunas da contemplação" – disputadas para eternizar os momentos da experiência. Entre elas, costumam ser formar laguinhos naturais convidativos para um banho, já que não é aconselhável ingressar mais do que um metro na Terceira Lagoa.

Observar o entardecer às margens da lagoa também é um convite para sentir a paz do lugar. Parte do retorno é feita por um outro caminho: um túnel de floresta de pinus margeando a água até chegar na estradinha de areia.

Empolgada com o trabalho, Letícia conta que pretende investir nos passeios para as próximas temporadas, desde criar um nome para o serviço até uma reforma nos veículos que transportam os turistas. Tudo para manter vivo o desejo do pai.

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