Animais foram avistados por moradores da região na sexta-feira e neste domingo
Dois animais marinhos foram encontrados na beira da praia de Quintão, em Palmares do Sul, no Litoral Norte, neste domingo (31) e na última sexta-feira (29). Nesta manhã, Andréa Saraiva dos Santos avistou o corpo de um leão-marinho-sul-americano na areia enquanto caminhava pela área de Rei do Peixe.
— Chegamos ontem à noite e, agora pela manhã, nos deparamos com ele ali — relata.
De acordo com Ignacio Moreno, professor do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) ligado à UFRGS, essa espécie costuma estar presente no litoral gaúcho e tem maior incidência no período de inverno e primavera. Ele diz que é difícil analisar a causa da morte do animal a partir da foto registrada por Andréa, mas constata que a decomposição já está mais avançada.
Em locais com menor movimentação, como é o caso desta praia, o pesquisador explica que o melhor procedimento é manter o corpo do animal na areia.
— Se o local não tem alta movimentação e não prejudica banhistas, a dinâmica da praia dá conta da decomposição. Quanto mais mantiver esse equilíbrio, melhor. É importante para os outros animais e seres da praia se alimentarem — esclarece.
O processo de decomposição leva alguns meses. A orientação é que as pessoas não se aproximem, para evitar qualquer problema de saúde humana.
O caso não foi o único nos últimos dias na região de Quintão. Na tarde de sexta-feira, uma baleia jubarte ficou presa na beira do mar, a sete quilômetros ao sul do farol de Dunas Altas. Gilcimar de Jesus Amando, conhecido na região como Gilson Pescador, foi quem localizou o animal.
— Ela recém tinha chegado na praia. Se mexia e tentava sair. Tentamos puxar por cerca de uma hora, mas era muito pesada, não tinha como (...). O bichinho chorava, deu dó — lamenta o pescador.
As baleias desta espécie estão cada vez mais presentes no Rio Grande do Sul nos últimos anos, conforme o professor Ignacio. Uma possibilidade é que esta seja um filhote que tentava retornar para a Antártica e se perdeu.
O veterinário da equipe do Ceclimar Derek Blaese acompanha a situação no local e afirmou que, em razão da piora no estado de saúde, a baleia de mais de 10 metros e cerca de 15 toneladas terá que ser submetida à eutanásia.
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